Representação de uma onda longitudinal.
Velocidade do som é a velocidade de
propagação de uma onda sonora. A onda
sonora é uma onda mecânica longitudinal
que necessita de um meio para se propagar, a passagem de qualquer onda sonora
produz uma pequena variação de pressão no meio em que se propaga produzindo um
deslocamento no fluido, deslocamento tal que muda a densidade do fluido. Essa
cadeia de eventos é cíclica, dependendo de uma perturbação no meio para
iniciar, por exemplo: Um raio ou a vibração das cordas vocais.
Para
clarificar a ideia pode-se fazer a analogia com uma mola que possui dois
movimentos: um de compressão e distensão em torno do seu eixo de referência e
outro movimento no espaço. A velocidade do som em um fluido depende da pressão
e da densidade do fluido no meio.
Em
instrumentação pode-se utilizar este princípio para medir com boa exatidão
distâncias entre obstáculos, assim: conhecendo-se a velocidade de propagação de um
sinal (normalmente ultra-som no ar)
é possível medir o tempo que
ele gastou a percorrer um determinado espaço. Com este valor é simples calcular
a distância percorrida.
Utilizam-se sensores especiais que emitem o sinal em forma de pulso (ultra-som)
e os recebe de volta (eco). Um
sistema microprocessado pode calcular o tempo gasto (normalmente milissegundos)]
Equação
Usando as
relações entre densidade-pressão e deslocamento-densidade podemos obter uma
equação de propagação das ondas.
O
deslocamento produz uma variação de densidade . , onde é a
densidade inicial. Esta produz uma variação de pressão .
Obedecendo a
equação de movimento obtem-se:
Prosseguindo
tem-se a equação de ondas:
Com a
velocidade de propagação dada por:
Consequências da variação de altitude
Na atmosfera
o fator que afeta a velocidade do som é a temperatura. Quando a temperatura
diminui com o aumento de altitude o som é refratado para cima criando uma
sombra acústica. A diminuição da velocidade do som é o gradiente negativo da
velocidade do som. Na estratosfera a velocidade do som aumenta devido ao
aumento da temperatura no interior da camada de ozônio, criando um
gradiente positivo.
Velocidade do som no ar
A variação
da velocidade do som c em função da temperatura do ar, é calculada segundo a
fórmula: , onde 331,45 é a velocidade do som
(m/s) com a temperatura do ar a 0 graus Celsius (273,15 kelvin), é a
temperatura do ar (considerando-se o ar seco) e 273,15 é a temperatura kelvin (equivalente a 0 °C).
Abaixo, a
tabela de correspondência entre a temperatura do ar c e C, massa específica do ar ρ e
impedância acústica Z. , velocidade do som
Influência da temperatura do ar
na velocidade do som
|
||||
c em m/s
|
C em km/h
|
ρ em kg/m³
|
Z em N·s/m³
|
|
-30 °C (243,15 K)
|
312,7
|
1.171,4
|
1,438
|
453,4
|
-25 °C (248,15 K)
|
315,9
|
1.171,4
|
1,413
|
449,1
|
-20 °C (253,15 K)
|
319,1
|
1.171,4
|
1,388
|
444,8
|
-15 °C (258,15 K)
|
322,2
|
1.171,4
|
1,363
|
440,6
|
-10 °C (263,15 K)
|
325,3
|
1.171,4
|
1,339
|
436,5
|
-5 °C (268,15 K)
|
328,4
|
1.182,6
|
1,316
|
432,4
|
0 °C (273,15 K)
|
331,5
|
1.193,4
|
1,293
|
428,3
|
5 °C (278,15 K)
|
334,5
|
1,204,2
|
1,269
|
424,5
|
10 °C (283,15 K)
|
337,5
|
1.215,0
|
1,247
|
420,7
|
15 °C (288,15 K)
|
340,5
|
1.226,0
|
1,225
|
417,0
|
20 °C (293,15 K)
|
343,4
|
1.237,0
|
1,204
|
413,5
|
25 °C (298,15 K)
|
346,3
|
1.246,7
|
1,184
|
410,0
|
30 °C (303,15 K)
|
349,2
|
1.257,12
|
1,164
|
406,6
|
Som
Som é a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda mecânica; é
uma onda longitudinal, que se
propaga de forma circuncêntrica, apenas em meios materiais (que têm massa e elasticidade),como
os sólidos, líquidos ou gasosos.
Os sons
naturais são, na sua maior parte, combinações de sinais, mas um som puro
monotónico, representado por uma senóide pura,
possui uma velocidade de oscilação ou frequência que se
mede em hertz (Hz) e
uma amplitude ou energia que se
mede em decibéis. Os sons
audíveis pelo ouvido humano têm
uma frequência entre 20 Hz e 20 000 Hz. Abaixo e acima desta
faixa estão infrassom e ultrassom,
respectivamente.
Seres humanos e
vários animais percebem
sons com o sentido da audição, com seus
dois ouvidos, o que permite saber a distância e posição da fonte sonora: a
chamada audição estereofônica. Muitos
sons de baixa frequência também podem ser sentidos por outras partes do corpo e
pesquisas revelam que elefantes se
comunicam através de infrassons.
Os sons são
usados de várias maneiras, muito especialmente para comunicação por
meio da fala ou,
por exemplo, música. A
percepção do som também pode ser usada para adquirir informações
sobre o ambiente em propriedades como características espaciais (forma, topografia) e presença
de outros animais ou objetos. Por exemplo, morcegos, baleias e golfinhos usam
a ecolocalização para
voar e nadar por entre obstáculos e caçar suas presas. Navios e submarinos usam
o sonar; seres
humanos recebem e usam informações espaciais percebidas em sons. Outra
aplicação importante das ondas sonoras é a visualização de tecidos do
corpo: ultrassonografia. Através do
eco produzido pelas ondas nos órgãos, é possível analisar as propriedades
mecânicas dos tecidos e reproduzi-las em imagens em escala de cinza. A sonoquímica é um
método que usa ultrassons a fim de gerar cavitação acústica para
iniciar ou acelerar reações químicas.
Percepção
dos sons
Esquema representando a audição humana.
(Azul: ondas sonoras;
Vermelho: tímpano; Amarelo: cóclea;
Verde: Células receptoras de som;
Púrpura: espectro
de frequências da resposta da audição; Laranja: Potencial de ação do nervo.
O som é
provocado pela percepção do sistema auditivo da
variação da pressão atmosférica ambiente.
A menor variação que o sistema auditivo humano
pode detectar é da ordem de 2 x 10-5 Pa, a qual
denomina-se limiar de audibilidade. O limiar da dor, por outro
lado, corresponde à variação da pressão em 60 Pa. No entanto, esta
variação deve ocorrer em forma de ciclos para que seja percebida.
O sistema
auditivo humano é capaz de determinar variações de pressão que duram entre 50
microssegundos e 50 milissegundos. Desta forma, se o período das oscilações
estiver neste intervalo e a variação de pressão estiver acima do limiar de
audibilidade, perceber-se-á o som. Sendo assim, a frequência mínima
audível é de 20 Hz, enquanto a frequência máxima chega a
20 000 Hz. Sons cuja frequência situa-se acima de 20 kHz são
denominados ultrassons, enquanto que aqueles abaixo de 20 Hz são
infrassons.
Para os
humanos, a audição é
normalmente limitada por frequências entre 20 Hz e 20 000 Hz
(20 kHz), embora estes limites não sejam absolutos. O limite maior
normalmente decresce com a idade. Outras espécies têm
diferentes níveis de audição. Por exemplo, os cães conseguem perceber vibrações
mais altas que 20 000 Hz. Como um sinal percebido por um dos sentidos, o som é
usado por muitas espécies para detectar o perigo, orientação, caça e comunicação. A
atmosfera da Terra, a água e
virtualmente todos os fenômenos físicos, como o fogo, a chuva, o vento, as ondas ou
os terremotos produzem
sons únicos. Muitas espécies, como os sapos, os pássaros, mamíferos terrestres
e aquáticos foram, também, desenvolvendo órgãos especiais para produzir
som. Em algumas espécies, estes evoluíram para produzir o canto e
a fala.
Propagação
do som
Onda
sonora
Onda sonora
pode ser definida genericamente como qualquer onda longitudinal.
A onda sonora se propaga em todas as direções.
Propagação do Som
O som é
resultante de uma vibração, que se transmite ao meio de propagação. É
necessário que o som produzido pelas fontes sonoras seja detectado. Para isso,
há os detectores ou receptores de som. Para haver detecção, entre as fontes e
os receptores de som têm que existir meios materiais, sólidos, líquidos ou
gasosos.
O som
propaga-se em qualquer meio material elástico. Quando uma fonte sonora produz
uma vibração, esta é transmitida a todo o meio material que a envolve e em
todas as direções. Esta vibração é comunicada aos constituintes mais próximos
da matéria, que sucessivamente a transmite aos constituintes seguintes através
de choques entre eles.
A vibração
de uma fonte sonora causa uma onda. Há um movimento ondulatório que se propaga
no ar em todas as direções, partindo da fonte. O som propaga-se por ondas
invisíveis: as ondas sonoras ou acústicas. São também chamadas ondas de
pressão, porque transferem energia por variações de pressão no meio de
propagação. O som não se propaga no vazio, como por exemplo, no espaço.
Logo o som
pode ser descrito através de uma sequência de ondas sonoras, que são ondas de
deslocamento, densidade e pressão que se propagam pelos meios compressíveis.
Quando uma onda sonora se propaga através de qualquer gás, ocorrem várias
compressões e rarefações de pequenos volumes do gás.
Ruído
Diversas
fontes sonoras podem emitir ao mesmo tempo muitas vibrações de frequências e
amplitudes diferentes. O ruído é baseado
em vários sons de frequências aleatórias.
Eco e
reverberação
Quando uma
pessoa emite um som em direção a um obstáculo, este som é ouvido no momento da
emissão e no momento em que o som refletido pelo obstáculo retorna a ele, assim
temos o eco. A reverberação acontece
quando o som refletido atinge o observador no momento em que o som direito está
se extinguindo, causando o prolongamento da sensação auditiva.
Velocidade
do som
Qualquer
onda mecânica, transversal ou longitudinal tem sua velocidade dependendo das
propriedades inerciais e elásticas. No caso das ondas sonoras, a propriedade
inercial é a massa específica e a
elástica está relacionada à compressão e expansão do volume do ar. A
propriedade utilizada nesse caso é o módulo de elasticidade volumétrico , sendo ele
a relação entre a variação relativa de volume e a variação de pressão, que é
definido como:
Os sinais
de e são
sempre opostos, incluímos um sinal negativo para que seja
um número positivo. Através da análise de quanto um elemento do gás modifica o
seu volume e sua densidade, é possível
determinar a velocidade da onda sonora naquele meio:
onde é o
módulo de elasticidade volumétrico e é a
massa específica do meio. Essas variações de pressão e massa específica dão
origem ao transporte de energia característico de uma onda.
Ondas
sonoras progressivas
Uma onda
progressiva é um dos casos mais simples, visto que, se estuda a propagação
somente ao longo de uma direção. Para este caso, há uma equação que descreve o
formato seguido por essas ondas que se deslocam para a direita:
A função só
depende de e através
da relação:
em que pode
assumir qualquer função, como por exemplo:
em que é uma
constante qualquer. Considerando uma variação e , através da
equação podemos
chegar em:
em que o
deslocamento em é
descrito com para a
direita.
Uma onda que
se propaga para a esquerda pode ser descrita assim como a equação somente
alterando para . Assim
temos:
em que é uma
função aleatória em que descreve
o perfil da onda.
Sendo assim,
cada elemento do ar, quando recebe uma onda sonora, oscila para a esquerda e
para a direita, executando um movimento harmônico simples em
todo de sua posição de equilíbrio. Pode-se expressar o deslocamento como uma
função senoidal, como, por exemplo, cosseno:
em que é amplitude de
deslocamento (deslocamento máximo da partícula de ar), é o
número de onda angular e é
a frequência angular.
Conforme a onda se propaga, a pressão do ar diminui em cada ponto com o tempo e
essa variação é dada pela equação
em que é:
Tecnologia sonora
O advento
da tecnologia e
principalmente da eletrônica permitiu
o desenvolvimento de armazenamento de áudio e aparelhos de som para
gravação e reprodução de áudio, principalmente música.
São exemplos
de fontes ou mídias o MP3, CD, o LP ou Disco de vinil e
a cassete. Alguns dos
aparelhos que reproduzem essas mídias, são o toca-discos e
o gravador cassete.
Desde seus
primórdios, com a invenção do fonógrafo, essa
reprodução eletrônica do áudio evoluiu até atingir seu auge na alta fidelidade, que faz
uso da estereofonia.
Instrumentos musicais: Cada
instrumento produz as notas com timbres ddiferentes.
As vibrações são criadas por toque ou sopro e cada instrumento tem o seu
ressoador que amplifica os sons audíveis. A produção de notas variadas se dá devido
à formação e intensificação de diferentes harmônicos. Em alguns instrumentos,
os harmônicos que se formam são os mesmos, porém, com amplitudes diferentes.
Ex: no piano quem
gera o som é a corda e quem ressoa é a caixa de ressonância.
Em navios e
submarinos são utilizados equipamentos de localização através do som (sonar). É
possível detectar obstáculos submersos, ou outros submarinos através dos ruídos
produzidos pelo sistema de propulsão.
·
Baleia
·
Binaural
·
Decibel
·
Eco
·
Golfinho
·
Morcego
·
Música
·
Radar
·
Sonar
·
.
Onda
Ondas se propagando na superfície de um meio
líquido.
Onda unidimensional.
Em física, uma onda é uma perturbação oscilante
de alguma grandeza
física no espaço e periódica no tempo. A
oscilação espacial se caracteriza por seu comprimento de onda, enquanto
que o tempo decorrido em uma oscilação completa é denominado período da onda, e é o inverso da sua frequência. O
comprimento de onda e a frequência estão relacionadas pela velocidade com
que a onda se propaga.
Fisicamente,
uma onda é um pulso energético que se propaga através
do espaço ou através de um meio (líquido, sólido ou gasoso), com velocidade
definida. Segundo alguns estudiosos e até agora observado, nada impede que
uma onda magnética se propague no vácuo ou através da matéria, como é o caso
das ondas eletromagnéticas no
vácuo ou dos neutrinos através da matéria, onde as partículas do meio oscilam à
volta de um ponto médio mas não se deslocam. Exceto pela radiação eletromagnética, e
provavelmente as ondas gravitacionais, que podem
se propagar através do vácuo, as ondas existem em um meio cuja deformação é
capaz de produzir forças de restauração através das quais elas viajam e podem
transferir energia de um lugar para outro sem que qualquer das partículas do
meio seja deslocada; isto é, a onda não transporta matéria. Há, entretanto,
oscilações sempre associadas ao meio de propagação.[5][6]
Tipos de ondas
Ondas
mecânicas
Exemplos:
·
Ondas oceânicas de superfície , que
são perturbações que se propagam através da água (veja também surf e tsunami).
·
Som se
propaga através dos gases, líquidos e sólidos, que é de uma frequência
detectada pelo sistema
auditivo.
Ondas
eletromagnéticas
São ondas
resultantes da combinação de um campo elétrico com um campo magnético. As ondas eletromagnéticas se
propagam no vácuo com a mesma velocidade: c = 299 792 458 m/s.
Exemplos:
·
Luz
·
Ondas de
matéria
Essas ondas
são utilizadas em laboratório. São ondas associadas a elétrons, prótons e
outras partículas elementares e mesmo a átomos e moléculas.
Direção de vibração
Ondas
transversais
Ondas transversais são
aquelas em que a vibração é
perpendicular à direção de propagação da onda; exemplos incluem ondas em uma
corda e ondas eletromagnéticas.
Ondas
longitudinais
Ondas longitudinais são
aquelas em que a vibração ocorre na mesma direção do movimento; um exemplo são
as ondas sonoras.
Direção de propagação
Onda unidimensional
Ondas
unidimensionais
São aquelas
que se propagam numa só direção.
Exemplo:
Ondas em cordas.
Ondas
bidimensionais
Onda bidimensional sobre um
disco.
|
Onda com duas linhas nodais
cruzando no centro.
|
São aquelas
que se propagam num plano.
Ondas
tridimensionais
São aquelas
que se propagam em todas as direções.[10]
Características
das ondas
=
Elementos de uma onda
= Distância
= Deslocamento
= Comprimento de onda
= Amplitude
= Distância
= Deslocamento
= Comprimento de onda
= Amplitude
Ondas podem
ser descritas usando um número de variáveis, incluindo: frequência, comprimento de onda, amplitude e período, etc.
Comprimento
de onda e número de onda
O
comprimento é o tamanho de uma onda, a distância entre dois vales ou duas
cristas. É representado pela letra grega lambda (λ).
O número
de onda (k) é dado pela seguinte relação:
.
Amplitude
A amplitude de uma
onda é a medida da magnitude de um distúrbio em um meio durante um ciclo de onda.
Por exemplo, ondas em uma corda têm sua amplitude expressada como uma distância
(metros), ondas de som como pressão (pascals)
e ondas eletromagnéticas como a
amplitude de um campo elétrico (volts
por metro). A amplitude pode ser constante (neste caso a onda é uma onda contínua), ou pode variar com
tempo e/ou posição. A forma desta variação é o envelope da onda. A amplitude é
representada pela letra grega gama (γ).
Frequência
e período
O período é
o tempo(T) de um ciclo completo
de uma oscilação de uma onda. A frequência (f) é período dividido por uma unidade de tempo (exemplo: um
segundo), e é expressa em hertz. Veja
abaixo:
.
Quando ondas
são expressas matematicamente, a frequência angular (ω; radianos por segundo) é
constantemente usada, relacionada com frequência f em:
.
Velocidade da onda
A velocidade
de uma onda é descrita pela seguinte equação:
onde é o
comprimento de onda e a
frequência de onda.
Está equação
também pode ser descrita em termos da frequência angular e do número de onda:
A velocidade
de uma onda também está relacionada com as propriedades do meio. As
propriedades de massa e elasticidade do meio determinam a velocidade com a qual
a onda pode se propagar.
Em
uma corda esticada
Velocidade
do som
onde é o
módulo de elasticidade volumétrico e é a
densidade volumétrica do meio.
Equação de Schrödinger
A equação de Schrödinger descreve
o comportamento ondulatório da matéria na mecânica quântica. As
soluções desta equação são funções
de onda que podem ser usadas para descrever a densidade de probabilidade
de uma partícula.
Tipos de ondas
Ondas
estacionárias
Corda a
vibrar na frequência fundamental e no 2º, 3º, 4º, 5º, e 6º harmónicos.
Ondas que
permanecem no mesmo lugar são chamadas ondas estacionárias, como as vibrações em uma corda de violino.
Quando uma corda é deformada, a perturbação propaga-se por toda a corda,
refletindo-se nas suas extremidades fixas. A interferência de duas ondas
senoidais iguais que se propagam em sentidos opostos produz uma onda
estacionária, ou seja, uma oscilação que aparenta não se mover através do
material. Os nodos resultam da interferência (destrutiva) entre a crista e o
vale de duas ondas. Nos anti-nodos, onde o deslocamento é máximo, a
interferência dá-se entre duas cristas ou dois vales de onda. Cada padrão de
oscilação corresponde a uma determinada frequência a que se chama um harmônico.
As frequências de vibração variam com o comprimento da corda e com as suas
características (material, tensão, espessura), que determinam a velocidade de
propagação das ondas. À frequência mais baixa a que a corda vibra chama-se
frequência fundamental.
A onda
estacionária de uma corda com extremidades fixas é dada por:
onde é a
amplitude de cada onda.
Ondas
senoidais
Ondas que se
movem (não-estacionárias) têm uma perturbação que varia tanto com o tempo t quanto com a distância x e pode ser expressada
matematicamente como:
Meios de propagação
·
Meios lineares: se
diferentes ondas de qualquer ponto particular do meio em questão podem ser
somadas;
·
Propriedades físicas
Todas as
ondas tem um comportamento comum em situações padrões. Todas as ondas tem as
seguintes características:
·
Reflexão - Quando uma onda volta
para a direção de onde veio, devido à batida em material reflexivo.
·
Refração - Há
mudança da direção das ondas, devido a entrada em outro meio. A velocidade da
onda varia, pelo que o comprimento de onda também
varia, mas a frequência permanece sempre igual, pois é característica da fonte
emissora.
Onda
senoidal entrando numa região de menor velocidade, mostrando a refração.
·
Difração - O
espalhamento de ondas, por exemplo quando atravessam uma fenda de tamanho
equivalente a seu comprimento de onda. Ondas com
alto comprimento de onda são
facilmente difratadas.
·
Interferência -
Adição ou subtração das amplitudes das ondas, depende da fase das ondas em que
ocorre a superposição.
·
Vibração -
Algumas ondas são produzidas através da vibração de objetos, produzindo sons.
Exemplo: Cordas ( violão, violino, piano, etc.) ou Tubos ( órgão, flauta,
trompete, trombone, saxofone, etc.)
·
Polarização - A onda pode ser
polarizada pela utilização de um filtro de polarização. A polarização de uma
onda transversal descreve a direção de oscilação no plano perpendicular à
direção de propagação. Ondas não polarizadas podem oscilar em qualquer direção
no plano perpendicular à direção de propagação. Ondas longitudinais, tais como
as ondas sonoras, não apresentam polarização. Para estas ondas a direção de
oscilação é ao longo da direção de propagação.[5][6]
Energia
e potência de uma onda progressiva em uma corda
Quando
produzimos uma onda em uma corda esticada, fornecemos energia para que a corda
se mova. À medida que a onda se propaga, essa energia é transportada como
energia cinética e energia potencial elástica.[7]
Energia cinética
Um elemento
de massa dm, oscilando
transversalmente em um movimento harmônico simples enquanto
a onda passa por ele, possui [[energia cinética] associada à sua velocidade
transversal. Quando o elemento passa pela posição y = 0, a velocidade
transversal é máxima e, consequentemente, a energia cinética também é máxima.
Quando o elemento está na posição mais alta (y = ymáx), a velocidade
transversal é nula e, assim, a energia cinética também se torna nula.
Energia potencial elástica
A energia potencial elástica em uma
corda está associada às variações de comprimento. Uma corda inicialmente reta
sendo atravessada por uma onda senoidal sofre deformações. Ao oscilar
transversalmente, um elemento da corda dx aumenta e diminui de comprimento periodicamente para
assumir a forma de uma onda senoidal. Quando o elemento está na posição y = ymáx,
seu comprimento é o valor de repouso dx e, portanto, a energia potencial elástica é nula. Já em
y = 0, seu alongamento é máximo e, consequentemente, sua energia potencial
elástica também é máxima.
Transporte de energia
Quando a
onda se propaga ao longo da corda, as forças associadas à tensão da corda
realizam trabalho continuamente para transferir energia das regiões com energia
para as regiões sem energia. Ao produzirmos uma onda ao longo do eixo x, em uma
corda esticada, fazendo-a oscilar continuamente, fornecemos energia para o
movimento e alongamento da corda; quando as partes da corda se deslocam
perpendicularmente ao eixo x, adquirem energia cinética e energia potencial
elástica. Quando a onda passa por partes que estavam anteriormente em repouso,
a energia é transferida para essas partes. Assim, dizemos que a onda transporta
energia ao longo da corda.
Taxa de transmissão de energia
A taxa média
com a qual a energia cinética é transportada é
máx)
A energia
potencial elástica tem a taxa média de transmissão dada pela mesma equação
utilizada para a taxa média de transporte da energia cinética.
A potência
média, que é a taxa com a qual as duas formas de energia são transmitidas pela
onda é dada por
Amplitude
Amplitude é uma medida escalar negativa
ou nula ou positiva da magnitude de oscilação temporal de
uma onda, caso esta
apresente alternâncias em torno do eixo [horizontal, usualmente] do tempo.
A
distância Y é a
amplitude da onda, também conhecida como "pico de amplitude" para
diferenciar de outro conceito de amplitude, usado especialmente em engenharia elétrica: root mean square amplitude (ou
amplitude rms), definida como a raiz quadrada da média temporal
da distância vertical
entre o gráfico e o eixo horizontal. O uso de "pico de amplitude" não
é ambíguo para ondas simétricas e periódicas como senóides, onda quadrada e
onda triangular. Para ondas sem simetria, como por exemplo pulsos periódicos em
uma direção, o termo "pico de amplitude" torna-se ambíguo pois o
valor obtido é diferente dependendo se o máximo valor positivo é medido em
relação à média, se o máximo valor negativo é medido em relação à média ou se o
máximo sinal positivo é medido em relação ao máximo sinal negativo e dividido
por dois. Para ondas complexas, especialmente sinais sem repetição tais como
ruído, a amplitude rms é usada frequentemente porque não tem essa ambiguidade e
também porque tem um sentido físico. Por exemplo, a potência transmitida por uma
onda acústica ou eletromagnética ou por um sinal elétrico é proporcional à raiz
quadrada da amplitude rms (e em geral, não tem essa relação com a raiz do pico
de amplitude)
Representação gráfica de uma onda
Amplitude de um movimento pendular
A seguinte
equação é, usualmente, adotada para apresentar o conceito de amplitude:
·
y é a
função de onda, que, por sinal, representa sua amplitude instantânea, num dado
instante "t".
·
A é a
amplitude da onda.
·
sen
() é, nesse caso ilustrativo, o argumento representativo de uma
função senoidal.
·
t é o
instante de tempo, variável independente.
·
k é a
medida de translação temporal.
·
b é a
medida de translação de onda.
Infinitas
são as possibilidades de formulação matemática. Deve-se ter em conta que a
apresentação oferecida visa apenas permitir a conexão entre a ideia de
amplitude e sua correspondente formulação por meio duma sentença matemática.
A unidade
utilizada para a medida depende do tipo da onda. Por exemplo, a amplitude de
ondas de som e sinais de áudio costumam ser expressas em decibéis (dB). A
amplitude depende do instante em que a onda é observada, já que sua propagação
em meios materiais é acompanhada de amortecimento, devido à transferência de
energia para o meio.
A amplitude
de uma onda pode ser constante ou variar com o tempo. Variações de amplitude
são a base para modulações AM.
Fase (física)
Quando se
fala da fase de um ponto da onda diz-se da característica desse ponto em termos
da sua amplitude local e da variação local dos valores da propriedade periódica
(campo
eléctrico, nas ondas eletromagnéticas ou pressão do ar nas ondas sonoras). Em termos
matemáticos, diz-se que a fase é dada pelo valor da função e da sua derivada naquele
ponto. A constante de fase (ou ângulo de fase) depende do
deslocamento e da velocidade da partícula no instante t = 0.
.
Diferença de fase
θ representa a diferença de fase entre as duas
ondas. O eixo horizontal representa um ângulo (fase) que está aumentando com o
tempo.
Ondas em fase.
Ondas fora de fase.
Diferença de fase é a diferença, expressa em ângulo ou
tempo, entre duas ondas que tenham mesma frequência e em referência ao mesmo
ponto no tempo.[2] Duas
oscilações que tenham mesma frequência e fases diferentes têm uma diferença de
fase, e as oscilações são ditas fora
de fase entre si. O quanto esses osciladores estão fora de fase
entre si pode ser expresso em graus (de 0°
até 360°) ou em radianos (de 0
até 2π). Se a diferença de fase for de 180° (π radianos), as duas oscilações
estão completamente fora de fase,
e então uma interferência destrutiva
vai ocorrer e, se for 0°, elas estarão em fase e uma interferência construtiva ocorrerá.
Tempo as
vezes é usado (ao invés de ângulo) para expressar a posição dentro de um ciclo
de uma oscilação. Uma diferença de fase é análoga a dois atletas correndo em
uma pista circular com mesma velocidade e direção mas começando em posições
diferentes da pista. Eles passam um ponto em momentos diferentes, mas a
diferença dos tempos (diferença de fase) entre eles é constante. Se eles
estivessem em velocidades diferentes (frequências diferentes) a diferença de
fase seria indefinida e apenas refletiria as posições iniciais. Tecnicamente,
diferença de fase entre duas medidas com frequência variável é indefinida e não
existe.
Frente de onda
Frente de onda é a região do espaço que
reúne todos os pontos da onda que
estão em fase e a um
mesmo número de comprimentos de onda da
fonte. As frentes de onda podem ser chamadas de superfícies de onda.
Superfícies esféricas na água
Frente de onda semi-esférica se propagando à
frente de uma bola de fogo gerada por uma explosão
Frentes de onda planas
Formato e propagação
O formato da
frente de onda depende da natureza da onda emitida
pela fonte. Dizemos que há três tipos de ondas: unidimensional, bidimensional e tridimensional.
·
Unidimensional: quando se propaga em apenas
um meio, por exemplo, a propagação de uma onda em uma corda.
·
Bidimensional: quando se propaga em duas
direções como, por exemplo, ao longo de uma superfície como a água. As ondas
bidimensionais caracterizam-se como retas ou círculos, dependendo das frentes
de onda.
·
Tridimensional: quando a onda se propaga no
espaço, ou seja, em três direções como, por exemplo, as ondas que são
produzidas pelas fontes sonoras e luminosas. Assim como as ondas
bidimensionais, as ondas tridimensionais também se classificam de acordo com as
frentes de onda, podendo ser classificadas como planas ou esféricas.
O formato de
uma frente de onda é visto como um plano nos casos em que a frente de onda está
muito afastada da fonte emissora ou quando a onda é emitida por uma fonte
grande/extensa. Assim como a terra parece achatada quando vista de um ponto
próximo à superfície.
A direção
de propagação de uma
onda é sempre perpendicular à superfície de sua frente de onda. No caso das
ondas geradas por uma fonte pontual, por exemplo, as frentes de onda são
esferas e a onda se propaga radialmente. O raio da esfera é perpendicular à sua
circunferência em cada ponto.
Princípio de Huygens
Refração pelo método de Huygens
Christiaan Huygens (1629-1695),
no final do século XVII, propôs um método de representação de frentes de onda.
O Princípio de Huygens, como ficou
conhecido, afirma que: Cada ponto de uma frente de onda pode ser considerado
como uma fonte de ondas secundárias que se espalham em todas as direções com
velocidade igual a velocidade de propagação da
onda principal. Para um dado instante, cada ponto da frente de onda comporta-se
como fonte das ondas elementares de Huygens.
Podemos
dizer que a frente de onda anterior é considerada como um gerador de uma nova
frente de onda, ou ainda que a frente de onda separa a região
"perturbada" da região não perturbada. Um exemplo básico é o som, onde até o
instante em que as partículas de ar
estão em repouso não se ouve nada, e só no momento que estas partículas
são vibradas (uma
frente de onda empurrando e gerando uma nova frente de onda) é que haverá a
propagação do som (neste caso haverá propagação da energia e não
da matéria).
Difração pelo método de Huygens
No caso
das ondas eletromagnéticas, com a sua
energia irradiada igualmente em todas as direções, haverá um determinado
instante onde a fase da
onda irradiada começará
a se repetir em todos os pontos, começando uma nova frente de onda.
A partir
deste princípio, é possível concluir que, em um meio homogêneo e com as mesmas
características físicas em toda sua extensão, a frente de onda se desloca
mantendo sua forma, desde que não haja obstáculos. Partindo do Princípio de
Huygens, podemos explicar fenômenos ondulatórios como a refração e
a difração.
O principio
de Huygens pode ser visto como consequência da isotropia do espaço. Qualquer
distúrbio criado em uma região suficientemente pequena de um espaço (ou meio)
isotrópico se propaga desta região para todas as direções radiais. As ondas
criadas por esse distúrbio acabam criando distúrbios em outras regiões, e assim
em diante. A superposição de todas as ondas resulta no padrão observado da
propagação da onda.
Frequência fundamental
Em acústica e música, Fundamental, é a mais baixa e a mais
forte frequência componente
da série harmônica de um
som. Tecnicamente a fundamental corresponde ao primeiro harmônico. A
fundamental é responsável pela percepção da altura de
uma nota, enquanto
que os demais harmônicos participam da composição da forma de onda do som.
Em acústica e telecomunicações, uma harmônica (português brasileiro) ou harmónica (português europeu) de
uma onda é
uma frequência específica
de vibração que tem a propriedade de causar o fenômeno de ressonância. A tais
frequências é dada a denominação frequências
de ressonância. Por definição, a frequência que causa a primeira
ressonância de uma onda é chamada de frequência fundamental, e dela
provêm os demais harmônicos.
Os
harmônicos têm uma forte aplicação na música, pois eles definem
as frequências do som (uma onda mecânica longitudinal) audível que correspondem
às notas da escala
musical (mais precisamente, às notas do que chamamos série harmônica).
Partindo-se da frequência fundamental, é possível obter frequências,
cada uma delas correspondente à frequência de determinada nota musical da
série. Por esse motivo, o conjunto de todos os modos de oscilação possíveis é
chamado de série harmônica.
Definição e contextualização
As duas
principais circunstâncias em que os harmônicos são visualizados mais facilmente
são no comportamento de cordas vibrantes e de ondas em tubos sonoros. Isso se
dá pelo fato de, em casos com esses, a onda encontrar-se limitada a um espaço
fixo, o que provoca reflexões e interferências. Esse é o
princípio das ondas estacionárias,
correspondentes ao estudo dos harmônicos, formadas por interferência de ondas
que se propagam em sentidos opostos.
Tomando como
exemplo uma corda de determinado comprimento e presa nas duas extremidades,
pode-se facilmente observar o comportamento estacionário da onda ao provocar
uma instabilidade na corda. A onda criada propaga-se pela corda até atingir as
extremidades, e então, é refletida, provocando interferência com ela própria.
Dessa maneira, é possível ter a configuração de onda estacionária dada pela
imagem.
Esquematização do comportamento de uma onda
estacionária (preta). As duas ondas que a formam (azul e vermelha) interferem
entre si e formam a onda resultante. Pelo fato das extremidades fixas, as ondas
(azul e vermelha) são reflexões da mesma onda. Ao interferirem entre si, formam
a onda estacionária (preta). Os pontos vermelhos representam os nós (ou nodos)
da onda resultante.
Para o campo
dos harmônicos, a onda estacionária também é chamada de modo de oscilação. O
fato é que tais modos de oscilação só são formados quando a onda tem
determinadas frequências e, nesse caso, ao formar-se a onda estacionária, é
dito que a onda sofreu ressonância. Apenas frequências específicas, chamadas
frequências de ressonância, fazem com que a onda estacionária seja formada e,
consequentemente, haja ressonância. Caso a frequência seja diferente, a
interferência das ondas refletidas não será tal a formar a onda estacionária,
mas sim pequenas (muitas vezes, imperceptíveis) vibrações aleatórias no meio de
propagação.
Esse
princípio é facilmente observável em cordas vibrantes com as duas extremidades
fixas. Em tubos sonoros, entretanto, pode haver uma ou duas extremidades
abertas. Porém, a onda continua sendo refletida na extremidade do tubo, mesmo
que não de forma completa.[1] E,
da mesma forma, ao interferir com a outra onda, o som resultante pode entrar em
ressonância ao se formar uma onda estacionária, apenas em determinadas frequências.
Denominação
A série
harmônica ou espectro de ressonância, , é o conjunto de
todas as frequências de ressonância das
ondas que, ao interferirem após uma reflexão, sofrem ressonância. No campo da
música, a série harmônica também corresponde às frequências, porém inclui sua
relação com as notas
musicais em diferentes alturas da
extensão do som.
O número
harmônico, , é o índice
de determinada frequência. É conveniente dizer que é o
número referente ao n-ésimo harmônico. Assim, refere-se
ao primeiro harmônico, refere-se
ao segundo harmônico, e assim por diante.
A frequência
fundamental é dada por , a
frequência de ressonância do primeiro harmônico (ou, simplesmente, primeiro
harmônico). Na música, uma das frequências fundamentais é dada por , cujo som
corresponde ao Lá1, a décima quinta tecla branca do piano moderno.
As demais frequências são dadas por múltiplos inteiros dessa frequência:
220 Hz, 330 Hz, 440 Hz e assim por diante. Essas frequências
formam a série harmônica musical e guardam interessantes propriedades intervalares entre si, campo de
estudo da teoria harmônica. Não existe apenas uma série harmônica na música:
qualquer série pode ser formada partindo de uma frequência fundamental (ou som
gerador).
Nós e
antinós
Para o
estudo dos harmônicos, é importante ressaltar que os nós (ou nodos) de uma onda
são pontos onde o deslocamento transversal é nulo. Os antinós (ou antinodos)
são pontos de deslocamento transversal máximo. Ao analisar as extremidades
de uma onda estacionária, verifica-se que, se a extremidade é fixa, nela, a
onda apresenta um nó; se a extremidade é livre, nela, a onda apresenta um
antinó.
Essa
abordagem será útil na concepção dos diferentes casos de harmônicos,
explicitada a seguir.
Comportamento das ondas estacionárias com
extremidades fixas. A distância entre dois nós consecutivos vai sendo diminuída
a cada harmônico, na proporção .
Equações
Como os
harmônicos estão relacionados às ondas estacionárias, que dependem da
interferência de ondas refletidas nas extremidades, é possível verificar três
casos particulares de seu comportamento:
·
Em ondas com duas extremidades
fixas;
·
Em ondas com duas extremidades
livres;
·
Em ondas com apenas uma das
extremidades fixas.
A primeira
situação é mais comumente verificada em cordas vibrantes, e as duas últimas, em
tubos sonoros. Entretanto, a análise das grandezas da onda é feita da mesma
forma para os três casos. Os resultados abaixo são conhecidos como condição
para onda estacionária[3], pois as
equações seguintes são aplicáveis a casos tais que a onda é estacionária, e
ocorre ressonância.
Duas
extremidades fixas
Nesse caso,
vamos supor que a onda, senoidal, está se
propagando numa corda esticada que está presa nas duas extremidades. A corda
tem comprimento . Pelo fato
de as extremidades estarem fixas, elas não podem oscilar, o que implica que,
nas extremidades, estão nós da onda.
A mais
simples configuração possível nessa condição é ter um antinó no centro da
corda. Como o comprimento de onda é a
distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos, é notável que, para
essa configuração, .
Comportamento de ondas estacionárias com duas
extremidades fixas. Em vermelho, os nós; em azul, os antinós. A figura
apresenta os quatro primeiro harmônicos. Observe que:
Ampliando a
abordagem, se a onda tiver dois antinós entre as extremidades, teremos uma
oscilação completa no comprimento da corda. Nessa configuração, tem-se .
Verificando o comportamento da onda com três antinós, é visível uma oscilação
completa e meia oscilação entre as duas extremidades, o que fornece
Se
continuarmos com o processo, a onda apresentará cada vez mais antinós entre as
extremidades, e o comprimento de onda ficará
cada vez menor. Analisando os resultados, fica claro que, se a onda tem duas
extremidades fixas,
Relacionado
essa equação com , obtém-se
que:
(frequências
de ressonância, duas extremidades fixas)
Sendo a
frequência de ressonância para determinado . Toda a
análise acima foi feita a partir de observações de ondas estacionárias. Isso
implica que a onda está sofrendo ressonância em tais configurações e, portanto,
a frequência dada será uma frequência de ressonância. Observa-se que a menor
frequência possível para um determinado comprimento é dada
quando , ou seja:
.
Essa é a frequência
ou modo fundamental do primeiro harmônico, . Ela ocorre
quando a onda estacionária formada tem apenas um antinó entre suas extremidades
fixas. As seguintes frequências, formadas
são múltiplos inteiros
de , pois:
Se
estivermos tratando de uma corda, podemos relacionar os resultados acima com a
equação , que
expressa a velocidade de uma onda que propaga-se numa corda. Assim, apenas para
cordas, obtemos:
(frequências
de ressonância, ondas estacionárias em cordas, duas extremidades fixas)
Em linguagem
matemática, pode-se denotar a equação desse caso numa equação mais geral como:
(frequências
de ressonância, duas extremidades fixas)
Duas
extremidades livres
Nesse caso,
vamos supor que a onda tratada é uma onda sonora que propaga-se no interior de
um tubo de comprimento . Mesmo que
a onda seja longitudinal, o comprimento de onda também
é a distância entre duas cristas ou vales consecutivos. A análise, portanto, é
semelhante.
Comportamento de ondas estacionárias com duas
extremidades livres (abertas). Em vermelho, os nós; em azul, os antinós. A
figura apresenta os quatro primeiro harmônicos. Observe que:
Assim como
em uma corda, as ondas sonoras do interior de um tubo possuem nós e antinós, e
sofrem reflexões nas extremidades. As extremidades abertas do tubo são como
extremidades livres de uma corda presa a um anel que movimenta-se livremente.
Uma onda na corda, ao propagar-se até uma extremidade livre, tem deslocamento máximo
na extremidade em questão. Portanto, na extremidade livre, a onda apresentará
um antinó ao refletir-se: o mesmo ocorre em tubos sonoros com uma extremidade
aberta.
Para o caso
de duas extremidades livres (e, portanto, um antinó em cada extremidade), a
situação mais simples possível é a de um antinó em uma extremidade na parte
superior e um segundo antinó na outra extremidade na parte inferior. Nesse
caso, tem-se apenas um nó, no centro do tubo, e é verificável que . Se o
número de nós da onda estacionária for aumentando, teremos as situações
seguintes em que , seguida
por , e assim
por diante. O processo continua indefinidamente, e obtém-se, da mesma forma que
para duas extremidades fixas:
Aplicando a
equação acima,
tem-se que, para tubos sonoros com duas extremidades abertas,
(frequências
de ressonância, duas extremidades livres)
Tem-se que
a velocidade do som é dada
pela equação , então é
possível obter a relação, apenas para tubos sonoros de duas extremidades
abertas:
(frequências
de ressonância, ondas sonoras, tubos de duas extremidades livres)
Numa equação
mais geral, para esse caso, teremos:
(frequências
de ressonância, duas extremidades livres)
Comportamento de ondas estacionárias com uma
extremidade fixa e uma livre (aberta) . Em vermelho, os nós; em azul, os
antinós. A figura apresenta os quatro primeiro harmônicos. Observe que:
Uma
extremidade livre e uma extremidade fixa
Pelo que
exposto no caso anterior, nesse caso, como uma das extremidades está fixa,
nela, a onda estacionária apresenta, necessariamente, um nó. Na extremidade
livre ou aberta, ela deve apresentar, necessariamente, um antinó.
A
configuração mais simples, para esse terceiro caso, é a que, partindo-se do nó
da onda, na extremidade fixa, o próximo antinó seja justamente o da extremidade
livre. Nesse caso, verifica-se que . As
configurações seguintes, sempre respeitando o nó de uma extremidade e o antinó
de outra, teremos , seguido
de , , , e assim
por diante indefinidamente. Observa-se que o comprimento de onda, nesse caso, é
dado por:
A frequência
de ressonância, portanto, será dada por:
(frequências
de ressonância, uma extremidade fixa apenas)
Se quisermos
expressar a relação entre uma frequência de ressonância qualquer e a
frequência fundamental que,
nesse caso, é dada por , teremos:
Da mesma
forma, se estivermos tratando de tubos sonoros com uma extremidade fixa,
apenas, é possível ter a relação:
(frequências
de ressonância, ondas sonoras, tubos de uma extremidade fixa apenas)
Para esses
casos, temos que a equação pode ser expressa por:
(frequências
de ressonância, uma extremidade fixa apenas)
Frequências
de ressonância para duas extremidades fixas ou duas extremidades livres.
Frequências
de ressonância para uma extremidade fixa.
Relação
entre uma frequência de ressonância qualquer e a
frequência fundamental , dada
quando em
qualquer caso. O número harmônico segue
sempre as restrições aplicadas na equação das frequências de ressonância dadas
acima.
Configuração típica de um som com uma frequência
fundamental de 100 Hz.
Harmônicos na música
Uma das
áreas de estudo da teoria da música é a Harmonia, que estuda as relações intervalares e as proporções dos
acordes, suas sucessões e as notas que os compõe. A física por trás dos
harmônicos é apenas adaptada a termos musicais na área da Harmonia. O conjunto
de frequências, , está
relacionado a determinados sons na escala, e é
chamado de série harmônica. A importância desse assunto à música é que, a
partir dessa série, é possível obter uma relação de intervalos e sons gerados a
partir do som gerador, que é, justamente, a base para o estudo dos acordes, do contratempo e,
consequentemente, da harmonia.
Por
definição, som gerador é o som da frequência fundamental. Fisicamente, é o som
da frequência , e os
próximos sons da série harmônica serão múltiplos inteiros dessa frequência. A
esses próximos sons dá-se o nome de sons harmônicos, sobretons ou
sons concomitantes.
Não existe
uma única série harmônica na música. É possível gerar uma série a partir de
qualquer nota musical. Geralmente
são escolhidas as notas mais graves, de
frequência menor, o que faz sentido, pois, ao escolher uma nota de frequência
baixa como som gerador, teremos uma grande gama de sons gerados a partir dele,
com frequências mais altas (múltiplos inteiros do primeiro som). Caso a
frequência fosse muito alta (som gerador muito agudo), os sons
gerados por ela seriam de frequências ainda mais altas e, possivelmente, já
inaudíveis ao ouvido humano.
Exemplificação
Utilizando
um piano,
instrumento de grande extensão, como exemplo, temos que o som é gerado por
cordas vibrantes. Logo, as frequências são dadas por:
Percebe-se
que, para um instrumento de cordas, a frequência do som depende não apenas do
tamanho da corda, mas também da tensão aplicada
a ela e de sua massa
específica linear. Em um piano, por exemplo, as cordas têm
diferentes comprimentos, diferentes tensões aplicadas nas extremidades e
diferentes espessuras, o que, consequentemente, fornece diferentes sons para
cada corda ou conjunto de cordas vibrantes. Entretanto, isso não influencia as
notas musicais da série harmônica formada, como exposto a seguir.
Se
escolhermos o som gerador como o Lá-1 (utilizando a numeração
internacional de oitavas[4]), a oitava
teclada branca de um piano moderno de 88 teclas, teremos uma frequência de
55 Hz. Para essa série harmônica, o Lá-1, de 55 Hz, é o
som gerador, de . Temos que:
Visualização na pauta das primeiras notas da
série harmônica iniciada em , do Lá-1.
Os números dos harmônicos são obtidos dividindo as frequências da série pela frequência
do som gerador (nesse caso, 55 Hz). Isso equivale a dizer que
Esse é o som
gerador da série em questão. Como
,
teremos que
os próximos elementos da série harmônica iniciada no Lá-1,
independentemente se estivermos tratando de cordas vibrantes ou tubos sonoros,
serão dados por:
A série
acima foi até por
convenção de que 4180 Hz é a frequência, aproximada, do Dó7, a
última tecla do piano. Abaixo, será demonstrado que, a partir de certo ponto,
os intervalos entre os sons gerados começarão a ser sempre muito pequenos e
que, se for
muito grande, a distância entre as notas musicais na série será maior.
Analisando
as frequências obtidas, para cada uma delas existe um som correspondente e,
para eles, uma nota musical. Ao conjunto de todas essas notas (ou sons) damos o
nome de série harmônica. Nesse caso, a série está representada na tabela
abaixo.
Harmônico
()
|
Frequência
()
|
Nota
musical
|
Intervalo
|
Amostra
de áudio
|
1 (fundamental)
|
55 Hz
|
Lá-1
|
1ª justa
|
MENU
0:00
|
2
|
110 Hz
|
Lá1
|
8ª
justa
|
MENU
0:00
|
3
|
165 Hz
|
Mi2
|
5ª
justa
|
|
4
|
220 Hz
|
Lá2
|
4ª
justa
|
MENU
0:00
|
5
|
275 Hz
|
Dó#3
|
3ª
maior
|
|
6
|
330 Hz
|
Mi3
|
3ª
menor
|
|
7
|
385 Hz
|
Sol3
|
3ª
menor
|
|
8
|
440 Hz
|
Lá3
|
2ª
maior
|
MENU
0:00
|
19
|
1045 Hz
|
Dó5
|
2ª
menor
|
|
20
|
1100 Hz
|
Ré
|
2ª
menor
|
|
21
|
1155 Hz
|
Ré5
|
2ª
menor
|
|
22
|
1210 Hz
|
-
|
-
|
|
23
|
1265 Hz
|
Mi
|
-
|
|
24
|
1320 Hz
|
Mi5
|
2ª
menor
|
|
71
|
3905 Hz
|
-
|
-
|
|
72
|
3960 Hz
|
Si6
|
-
|
|
73
|
4015 Hz
|
-
|
-
|
|
74
|
4070 Hz
|
-
|
-
|
|
75
|
4125 Hz
|
-
|
-
|
|
76
|
4180 Hz
|
Dó7
|
-
|
Na tabela
acima, os intervalos são dados entre a nota musical do harmônico anterior.
Observa-se que, quando é
muito grande, a tendência é não existirem notas musicais para determinadas
frequências. Por volta de , isso já
começa a ser aparente. Isso ocorre pois as notas musicais, com exceção do Lá,
não apresentam frequências inteiras, mas sim decimais; na tabela, estão
aproximadas por valores cuja diferença é imperceptível ao ouvido humano.
Entretanto, ao passo em que vai
crescendo, o erro aumenta após se acumular por tantos ciclos e,
consequentemente, as notas musicais passam a ser aproximadamente encontradas em frequências cada vez mais
esparsas.
Os
intervalos, seguindo a tendência acima, também passarão a ficar cada vez
menores. No início da série, é visto que os intervalos são inteiros e bem
definidos. Na medida em que aumenta,
a série chega a um ponto em que o intervalo entre duas frequências consecutivas
é muito menor que uma 2ª menor. Esse contexto está relacionado às comas
pitagóricas e aos cents, intervalos
muito pequenos de som. Um tom é um intervalo de som correspondente a nove
comas, enquanto um semitom é relativo a 100 cents.
A frequência
de 440 Hz, correspondente ao Lá3 da escala geral, é a
frequência utilizada por músicos para afinação dos instrumentos. Apesar de
diferentes instrumentos terem diferentes timbres, a frequência de determinada
nota é igual para todos. O que diferencia o som gerado de um instrumento para
outro é o comportamento específico da onda estacionária por ele produzida.
Aplicação na
análise intervalar da formação de acordes
Pelo motivo
exposto acima, é conveniente, para trabalhar com a relação dos intervalos e das
notas musicais, analisar apenas os primeiros harmônicos. Analisando até o 9º
harmônico, é possível ter as notas de formação de alguns dos acordes consonantes e dissonantes.[5]
Formação de acordes a partir da série harmônica
do Dó1. Outros acordes podem ser formados com os próximos elementos
da série. Os acordes formados por essa parte da série foram, respectivamente,
da esquerda para a direita: C, C7, C9, Edim, EØ,
Gm.
Na imagem ao
lado, ao analisar as notas da série harmônica do Dó1, chegamos às seguintes conclusões:[5]
·
A união do 4º, 5º, 6º e 7º
harmônico forma a tétrade do
acorde de sétima da dominante;
dissonante.
·
A união do 5º, 6º, 7º e 9º
harmônico forma a tétrade meio-diminuta, ou acorde de sétima da sensível;
dissonante.
·
A união do 4º, 5º, 6º, 7º e 9º
harmônico forma o acorde de nona maior com sétima menor; dissonante.
A partir
disso, é possível analisar os próximos elementos da série e ter a formação de
qualquer acorde e sua relação intervalar. Com isso, nasce o estudo da Harmonia,
dos intervalos e da formação dos acordes, que é bastante ampla e complexa
dentro da teoria musical moderna.
Frequência
Cinco ondas senoidais com
diferentes frequências (a azul é a de maior frequência). Repare que o comprimento da onda é inversamente
proporcional à frequência.
A frequência é uma grandeza
física que indica o número de ocorrências de um evento (ciclos, voltas,
oscilações etc.) em um determinado intervalo de tempo.[1] Alternativamente,
podemos medir o tempo decorrido para uma oscilação. Esse tempo em particular
recebe o nome de período (T). Desse modo, a
frequência é o inverso do período. Por exemplo, se o coração de um bebê
recém-nascido bate em uma frequência de 120 vezes por minuto, o seu período
(intervalo entre os batimentos) é metade de um segundo.
Definições e unidades
Para
processos cíclicos, tais como a rotação, oscilações, ou ondas, a frequência é
definida como um número de ciclos por unidade de tempo. Em física e
disciplinas de engenharia, tais
como óptica, acústica e
de rádio, a frequência é geralmente
indicada por uma letra f Latina ou pela letra grega ν (nu). Note que a
frequência angular é usualmente representada pela letra grega ω (ômega), que
tem como unidade no SI radianos por segundo
(rad/s).
Para
contagens por unidade de tempo, a unidade no SI para a frequência é o hertz (Hz),
em homenagem ao físico alemão Heinrich Hertz, 1 Hz
significa que o evento se repete uma vez por segundo. Um nome anterior para
esta unidade foi ciclos por segundo.
A unidade
tradicional de medida utilizada com dispositivos mecânicos de rotação é
rotações por minuto, RPM abreviado.
60 RPM equivalem a 1 hertz.
O período,
normalmente indicado por T, é o período de tempo correspondente a um ciclo, e é
o recíproco da frequência f:
A unidade no
SI para o período é o segundo.
Medição
Um método
mais velho de medição da frequência de rotação ou vibração de objetos é usar um
estroboscópio. Este consiste em uma luz intensa repetitivamente
intermitente (chamado strobe), cuja frequência pode ser ajustada com um
circuito de temporização calibrado. A luz estroboscópica está apontada para o objeto
de rotação e a frequência é ajustada para cima e para baixo. Quando a
frequência do strobe é igual à frequência do objeto de rotação ou de vibração,
o objeto completa um ciclo de oscilação e volta a sua posição original entre os
flashes de luz, por isso, quando iluminado pelo strobe o objeto parece parado.
Em seguida, a frequência pode ser lida a partir da leitura calibrada do
estroboscópio. Uma desvantagem deste método é que um objeto girando a um
múltiplo inteiro da frequência estroboscópica também parece estacionário.
Métodos
heteródinos
Acima da
faixa de contadores de frequência, as frequências de sinais eletromagnéticos
geralmente são medidas indiretamente por meio do heteródino (conversão de
frequência). Um sinal de referência com uma frequência conhecida perto da
frequência desconhecida é misturado com a frequência desconhecida em um
dispositivo de mistura não linear tal como um diodo. Isto cria um sinal
heteródino,mais conhecido como "batimento", para a diferença entre as
duas frequências. Se os dois sinais estão juntos em frequência, o heteródino é
suficientemente baixo para ser medido por um contador de frequência. Este
processo só mede a diferença entre a frequência desconhecida e a frequência de
referência, que devem ser determinadas por qualquer outro método. Para chegar a
frequências mais elevadas, várias fases do heteródino pode ser utilizado. A
pesquisa atual está estendendo este método para frequências de infravermelho e
de luz (detecção heteródina óptica).[3]
Para ondas
periódicas, a frequência tem uma relação inversa com o conceito de comprimento de onda,
simplesmente, a frequência é inversamente proporcional ao comprimento de
onda λ (lambda). A
frequência f é igual à velocidade de fase v da onda dividido pelo seu respectivo
comprimento de onda λ:
No caso
especial de ondas electromagnéticas que se deslocam através do vácuo, temos, v
= c, em que c é a velocidade da luz no
vácuo, e esta expressão torna-se:
Quando
as ondas de uma
fonte monocromática viajam
de um meio para outro, a sua frequência permanece a mesma, apenas o seu
comprimento de onda e velocidade mudam.
Luz
A luz
visível é uma onda eletromagnética, composta
de oscilações de campos elétricos e magnéticos que viajam através do espaço. A
frequência da onda determina sua cor: 4×1014 Hz
é a luz vermelha, 8×1014 Hz é a luz violeta, e entre essas
frequências (na faixa de 4-8×1014 Hz) estão todas as outras cores
do arco-íris. Uma onda electromagnética pode ter uma frequência inferior a 4×1014 Hz,
mas será invisível ao olho humano, tais ondas são chamados de radiação infravermelha
(IR). Para uma frequência menor, a onda é chamada de micro-ondas e em
frequências mais baixas ainda é chamada de ondas de rádio. Do mesmo
modo, uma onda eletromagnética pode ter uma frequência superior a 8×1014 Hz,
mas será invisível ao olho humano e são chamadas de ondas de radiação ultravioleta (UV).
Mesmo ondas de alta frequência são chamados de raios-X, e maior
ainda de raios
gama.[4]
Todas essas
ondas, começando com as ondas de rádio, de frequência menor, até os raios gama,
de frequência mais elevada, são fundamentalmente a mesma, isto é, todas elas
são chamadas de radiação eletromagnética. Elas
viajam através do vácuo à velocidade da luz.
Outra
propriedade de uma onda eletromagnética é o seu comprimento de onda. O
comprimento de onda é inversamente proporcional à frequência, portanto, uma
onda eletromagnética com uma frequência maior tem um comprimento de onda menor,
e vice-versa.
Som
O som é
constituído por alterações na pressão do ar sob a forma de ondas. As frequências
que os ouvidos podem ouvir são limitadas a uma faixa específica de frequências.
Vibrações
mecânicas são percebidas como viagens do som através de todas as formas de
matéria: gases, líquidos, sólidos e plasmas. A matéria que
apoia o som é
chamada de meio de propagação. O som não pode viajar através do vácuo.
A gama de
frequências audíveis para o ser humano é tipicamente dada como sendo entre
cerca de 20 Hz e 20 000 Hz (20 kHz). As altas frequências,
muitas vezes tornam-se mais difíceis de ouvir com a idade. Outras espécies têm
diferentes gamas de audição. Por exemplo, algumas raças de cães podem perceber
vibrações de até 60 000 Hz.[5]
Frequências usadas em transmissões de televisão
As emissões de TV são
feitas a partir da frequência 5
x 107 Hz (50 MHz). É costume classificar as ondas de TV em
bandas de frequência (faixa de frequência), que são:[6]
As ondas de
TV não são refletidas pela ionosfera, de modo
que para estas ondas serem captadas a distâncias superiores a 75 Km é
necessário o uso de estações repetidoras.
Outros tipos de frequência
Frequência angular ω é definido como a taxa de
variação do deslocamento angular, θ,
(durante a rotação), ou a taxa de variação da fase da forma de onda senoidal
(por exemplo, oscilações e ondas), ou como a taxa de alteração do argumento
à função seno:
Frequência
angular é normalmente medido em radianos por
segundo (rad / s), mas, para os sinais de tempo discreto, pode também ser
expressa como radianos por tempo de amostragem, que é uma quantidade
adimensional. Frequência espacial é análoga à frequência temporal, mas o eixo
do tempo é substituído por um ou mais eixos de deslocamento espacial. Por
exemplo:
Onde Número de onda, k, tem como unidade no SI radianos
por metro (rad/m). No caso de mais do que uma dimensão espacial, número de onda
é uma grandeza vetorial.
Faixas de
frequência
A gama de
frequências de um sistema é a gama em que se destina a proporcionar um nível útil
de sinal de distorção com características aceitáveis. Uma listagem dos limites
superior e inferior de limites de frequências para um sistema não é útil sem um
critério para o que representa o intervalo.
Muitos
sistemas são caracterizados por a gama de frequências para a qual eles
respondem. Instrumentos musicais produzem diferentes faixas de notas dentro da
faixa de audição. O espectro eletromagnético pode
ser dividido em diversos intervalos diferentes, tais como luz visível, radiação infravermelha ou ultravioleta, ondas de rádio, raios X, e assim
por diante, e cada uma destas gamas, por sua vez pode ser dividida em
intervalos menores. Um sinal de radiocomunicação deve ocupar uma faixa de
frequências que transporta a maior parte de sua energia, chamada de largura de banda. Alocação
de faixas de frequência de rádio para usos diferentes é uma das principais
funções de atribuição do espectro de rádio.
Hertz
O hertz (símbolo Hz) é a unidade de medida derivada
do SI para frequência, a qual
expressa, em termos de ciclos por segundo, a
frequência de um evento periódico, oscilações (vibrações)
ou rotações por segundo (−1 ou ). Um dos
seus principais usos é descrever ondas senoidais, como as de
rádio ou sonoras. O seu nome foi em homenagem ao físico alemão Heinrich Hertz.
Definição
Um hertz
equivale a um ciclo por segundo. "Pela
definição do Comitê Internacional de Pesos e Medidas (Comité International des Poids et Mesures), o padrão empregado é
a transição entre níveis hiperfinos F = 4, M = 0 e F = 3, M = 0 no estado
fundamental 2S1/2 do átomo césio 133
sem perturbação de campos externos, a essa frequência de
transição é atribuído o valor de 9 192 631 770 hertz"[1], assim
definindo "hertz" e "segundo" simultaneamente.
1 Hz
significa 1 ciclo por segundo, 100 Hz significa 100 ciclos por segundo, e
assim por diante. O hertz aplica-se à descrição de qualquer evento periódico.
Por exemplo, o coração de um humano saudável em repouso bate a aproximadamente
1,2 Hz (1,2 batidas por segundo). A "frequência" de eventos
estocásticos aperiódicos, como decaimento radioativo, é expressa em Becquerel.
Mesmo que
velocidade angular e hertz tenham dimensão de 1/segundo, velocidade angular não
é medida em hertz, mas em uma unidade apropriada para velocidade angular
de radianos por
segundo. Um disco que tenha uma frequência de rotação medida em 60 RPM (Rotações por minuto), pode ter
sua frequência de rotação expressa por 1 Hz ou 2π rad/s, onde rads/segundo
expressa a velocidade angular e Hz o número de voltas completas em 1 segundo. A
conversão entre frequência f em hertz e velocidade angular ω em radianos por
segundo é:
.
Escrita
Em português
a forma "hertz" é aplicável tanto no singular como no plural. Como em
todas as unidades do SI, cujo nome é derivado de um nome próprio de uma pessoa,
a primeira letra do símbolo é maiúscula (Hz). Quando escrito por extenso, a
primeira letra é minúscula a não ser em início de frase ou por outro motivo[carece de
fontes], como fazer parte do título, por exemplo. Note que
"graus Celsius" está em conformidade com a regra, pois o g de grau
está em minúsculo.
O Acordo Ortográfico de 1990, em
concreto a parte relativa à utilização do hífen, parece
indicar que os múltiplos e submúltiplos de "hertz" passaram a
ser hifenizados. Por
exemplo, "mega-hertz", e não "megahertz".
História
Três luzes indicando três diferentes períodos
cíclicos, a luz inferior indica 1 ciclo em meio segundo, a do meio indica 1
ciclo em 1 segundo e a superior, 1 ciclo em 2 segundos.
O hertz é
nomeado em homenagem ao físico alemão Heinrich Rudolf Hertz, que fez
grandes contribuições científicas na área do eletromagnetismo. O nome da
unidade foi estabelecido na Comissão Eletrotécnica Internacional (International Electrotechnical Commission)
em 1930 e foi adotado na Conferência Geral de Pesos e Medidas (Conférence générale des poids et mesures)
em 1960 substituindo, assim, o nome 'ciclos por segundo' (CPS), juntamente com
seus múltiplos, quilociclos por segundo (kc/s), megaciclos por segundo (Mc/s) e
assim por diante. O termo ciclos por segundo foi amplamente substituído por
"hertz" apenas na década de 1970.
Principais aplicações
Vibração
O som viaja numa onda que
nada mais é que oscilação de pressão. Os humanos
percebem a frequência de vibração das ondas sonoras como um tom. Cada nota musical corresponde
a uma frequência em particular, que pode ser medida em hertz. O ouvido de um
bebê percebe frequências entre 20 Hz até 20 000 Hz; enquanto o
ouvido de um humano adulto percebe entre 20 Hz e 16 000 Hz.
O ultrassom, o infrassom e
outras vibrações físicas como vibrações moleculares encontram-se
fora deste intervalo.
A radiação eletromagnética muitas
vezes é descrita por sua frequência — número de oscilações elétricas e
magnéticas perpendiculares por segundo — expressa em hertz.
As
frequências das ondas eletromagnéticas de rádio normalmente são medidas em quilo-hertz,
mega-hertz ou giga-hertz; então as emissoras de rádio são normalmente rotuladas
com kHz, MHz e GHz. A luz também é radiação eletromagnética, tendo frequências
no campo das dezenas aos milhares de tera-hertz (infravermelha e ultravioleta
nos respectivos extremos). Radiações eletromagnéticas com frequências de poucos
tera-hertz (entre as frequências mais altas de rádio e as mais baixas de luz
infravermelha) muitas vezes é chamada de radiação tera-hertz. Existem
frequências ainda mais altas que a luz ultravioleta, como os raios gamma, que pode
ser medido em exa-hertz.
Computação
Em
computação, a maioria das unidades de processamento central (CPU) são
classificadas em termos de número de clock,
normalmente medida em mega-hertz ou giga-hertz. Esse número refere a frequência
do sinal temporizador mestre. Esse sinal é uma voltagem elétrica que muda de
baixa pra alta e diminui de novo em intervalos regulares. O clock medido em hertz se tornou,
para o senso comum, a principal unidade para medir desempenho de um
processador, mas a maioria dos especialistas critica essa visão. Os
processadores passaram de apenas 1 mega-hertz nos anos 70 para até 6 GHz
no presente (processadores IBM POWER). Outros componentes de computador,
como northbridge e
memórias também operam em frequências que podem ser medidas em mega-hertz.
Monitores
CRT tem taxas de renovação de tela medidas em hertz, sendo o ideal 60 hertz ou
mais.
Múltiplos
Sendo uma
unidade do SI pode receber prefixação:[2]
Múltiplo
|
Nome
|
Símbolo
|
Submúltiplo
|
Nome
|
Símbolo
|
|
100
|
-hertz
|
Hz
|
||||
deca-hertz
|
daHz
|
deci-hertz
|
dHz
|
|||
hecto-hertz
|
hHz
|
centi-hertz
|
cHz
|
|||
quilo-hertz
|
kHz
|
mili-hertz
|
mHz
|
|||
mega-hertz
|
MHz
|
micro-hertz
|
µHz
|
|||
giga-hertz
|
GHz
|
nano-hertz
|
nHz
|
|||
tera-hertz
|
THz
|
pico-hertz
|
pHz
|
|||
peta-hertz
|
PHz
|
femto-hertz
|
fHz
|
|||
exa-hertz
|
EHz
|
atto-hertz
|
aHz
|
|||
zetta-hertz
|
ZHz
|
zepto-hertz
|
zHz
|
|||
yotta-hertz
|
YHz
|
yocto-hertz
|
yHz
|
Altura tonal
Altura tonal é a propriedade do som que
caracteriza os sons graves dos agudos. Está directamente relaccionada
à frequência sonora.
As altas frequências produzem os sons chamados agudos e as baixas, os sons
graves. O espectro auditivo humano situa-se entre as frequências de 20hz a
20 kHz.
Oitava
Em música, uma oitava é o intervalo entre uma nota musical e
outra com a metade ou o dobro de sua frequência. Refere-se
igualmente como sendo um intervalo musical de 2/1.
O nome
de oitava tem a ver com
a sequência das oito notas da escala maior: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, a que se
chama igualmente "uma oitava". E diz-se que o segundo dó, o último
grau da escala, está "uma oitava acima" do primeiro. O nome tem a ver
com os intervalos entre as notas: a partir de uma nota dada (por exemplo, dó),
a seguinte está separada por um intervalo "de segunda", a seguinte
por um intervalo "de terça", a seguinte por um intervalo "de
quarta" e assim adiante até a "oitava", que será nomeada
igualmente à primeira nota (a oitava de dó é outro dó).
Uma oitava
Um som cuja frequência fundamental
é o dobro (ou qualquer potência inteira de dois) de outra, evoca quase a mesma
sensação que o som, ou seja, é percebido como a mesma nota musical, apenas mais
aguda (mais "alta") ou mais grave (mais "baixa"). Como as
duas notas têm quase a mesma série de harmónicos, são
percebidas como tendo uma relação especial (têm o mesmo chroma, "cor"). Ou seja,
pode-se aumentar ou diminuir um intervalo do dobro - mudando significativamente
o seu som - sem essencialmente mudar o seu significado harmónico. É o que se
chama a "equivalência das oitavas".
Uso
O
termo oitava pode ser
usado em vários contextos, vejamos alguns:
·
Tocar uma oitava acima significa
transportar todas as notas da partitura para
uma oitava acima. Um símbolo muito comum na notação musical é 8va (do italiano ottava
significando: toque isto uma oitava acima). Podemos ainda encontrar os símbolos 8vb (do italiano ottava bassa
para a execução uma oitava abaixo) ou ainda 15ma para tocar 2 oitavas acima e 15mb para tocar 2 oitavas abaixo.
·
Quando dizemos que um
instrumento musical abrange 5 oitavas, estamos dizendo que podemos tocar,
partindo da nota mais grave, qualquer nota em 5 alturas diferentes. Por
exemplo, podemos tocar a nota dó (C) em 5 oitavas diferentes, desde o dó mais
grave, passando por um dó médio e
chegando a um dó mais agudo. Quanto mais oitavas pudermos tocar em algum
instrumento mais liberdade poderemos ter para aplicar combinações harmônicas e
melódicas.
·
Solar
ou improvisar em oitavas geralmente se refere a
uma técnica em que o músico toca junto com a nota desejada a sua respectiva
oitava. O uso desta técnica é comum no piano ou na guitarra. O
guitarrista Wes
Montgomery ficou conhecido por aplicar esta técnica em seus solos de
improviso no jazz. Veja outros detalhes em Acorde oitavado.
Os números entre parêntesis indicam quantos semitons tem
o intervalo.
Semitons não inteiros são indicados aproximadamente. |
|||||||||||||
Doze semitons
(Ocidental) |
|
||||||||||||
Outros intervalos
|
|
Efeito Doppler
Animação que ilustra o efeito Doppler percebido
no som produzido por um carro. Quando o carro se move, um observador à esquerda
percebe uma frequência maior, enquanto que um observador à direita percebe uma
frequência menor.
Efeito Doppler é um fenômeno
físico observado nas ondas quando
emitidas ou refletidas por um objeto que está
em movimento com relação ao observador. Foi-lhe atribuído este nome em
homenagem a Johann Christian Doppler, que o
descreveu teoricamente pela primeira vez em 1842. A
primeira comprovação experimental foi obtida por Buys Ballot, em 1845, numa
experiência em que uma locomotiva puxava
um vagão com
vários trompetistas.
Este efeito
é percebido, por exemplo, ao se escutar o som - que
é uma onda
mecânica - emitido por uma ambulância que passa em alta velocidade. O
observador percebe que o tom, em relação
ao emitido, fica mais agudo enquanto
ela se aproxima, idêntico no momento da passagem e mais grave quando
a ambulância começa a se afastar. Graças também ao conhecimento deste efeito é
possível determinar a velocidade de estrelas e galáxias, uma vez
que a luz é
uma onda eletromagnética.
Nas ondas
eletromagnéticas, este fenômeno foi descoberto de maneira independente,
em 1848, pelo
francês Hippolyte Fizeau. Por este motivo, o efeito
Doppler também é chamado efeito
Doppler-Fizeau.
Características
Fontes de som estáticas produzem ondas de som a frequências constantes ff e as ondas se propagam simetricamente para longe da fonte à velocidade constante c. Todos os observadores vão ouvir a mesma frequência, que vai ser igual à frequência da fonte, ou seja: ff = fo.
A mesma fonte de som está irradiando ondas
sonoras à mesma frequência no mesmo meio. Porém, agora a fonte está se movendo
com uma velocidade vf = 0,7c (Mach
0,7). Já que a fonte está se movendo, cada nova frente de onda é um
pouco deslocada para a direita. Como resultado, as frentes de onda começam a se
"amontoar" à direita (à frente) e a se "espalhar" à
esquerda (atrás) da fonte. Um observador à frente da fonte irá ouvir uma
frequência mais alta fo= c + 0⁄c - 0.7cff=
3.33ff e um
observador atrás da fonte irá ouvir uma frequência mais baixa fo= c - 0⁄c + 0.7cff=
0.59 ff.
Agora a fonte está se movendo na velocidade do
som no meio (vf = c, ou Mach
1). As ondas à frente da fonte estão agora todas "empilhadas" no
mesmo ponto. Como resultado, um observador à frente da fonte não vai detectar
som algum até que a fonte o alcance, onde fo = c + 0⁄c - c ff = ∞ e um
observador atrás da fonte vai ouvir uma frequência mais baixa fo = c - 0⁄c + c ff =
0.5 ff.
A fonte de som agora quebrou a barreira da
velocidade do som, e está viajando a 1,4 c (Mach 1,4). Já que a fonte está se movendo mais rápido do
que as ondas de som que cria, ela vai à frente das ondas mais avançadas. A
fonte passa por um observador estático antes que o observador escute o som.
Como resultado, um observador à frente da fonte vai detectar fo= c + 0⁄c - 1.4c ff=
-2.5 ff e um
observador atrás da fonte vai ouvir uma frequência mais baixa fo= c - 0⁄c + 1.4c ff=
0.42 ff.
No Efeito
Doppler ocorre a percepção de uma frequência relativa, que é diferente da
frequência de emissão da onda. Consideremos o Efeito Doppler Clássico, denominado dessa forma em contraste com o
relativístico, que envolve ondas eletromagnéticas.
Ondas
emitidas por objetos estáticos se propagam em todas as direções de maneira
uniforme. Seu comprimento de onda é :, sendo β
uma constante que define o meio pelo qual a onda se propaga, chamada constante
de fase.
A mudança
relativa na frequência das ondas pode ser explicada desta maneira: Quando a
fonte das ondas está se movendo na direção do observador, cada crista de onda
sucessiva será emitida de uma posição mais próxima do observador do que a
última. Portanto, cada onda leva um pouco menos de tempo para alcançar o
observador do que a última, e assim, há um aumento na frequência com que estas
ondas atingem o observador. Do mesmo modo, se a fonte se afasta do observador,
cada onda é emitida de uma posição um pouco mais distante, fazendo com que o
tempo entre as chegadas de duas ondas consecutivas aumente, diminuindo sua
frequência.
Para a luz, já no caso
do Efeito Doppler Relativístico,
este fenômeno é observável quando a fonte e o observador se afastam ou se
aproximam com grande velocidade relativa. Neste caso, o espectro da luz
recebida apresenta desvio para o vermelho (quando se afastam) e desvio para o
violeta (quando se aproximam), costumamos observar este efeito em estrelas.
Quantificando
o efeito Doppler
Podemos
determinar a frequência observada por:
Onde:
·
é a
frequência que o observador recebe
·
é a
frequência emitida pela fonte
·
é a
velocidade da onda no meio
·
é a
velocidade do observador em relação ao meio (positiva ao se aproximar da fonte, negativa ao
se afastar)
·
é a
velocidade da fonte em relação ao meio (positiva ao se afastar, negativa ao se aproximar do
observador)
A fórmula
acima assume que a fonte e o observador se aproximam, ou se afastam, indo
diretamente na direção um do outro. Se eles se aproximam em ângulo (mas ainda
com velocidade constante), a frequência observada vai ser maior do que a
emitida, mas vai diminuir conforme se aproximam, chegando a ser igual à emitida
quando se encontram e continua a diminuir à mesma taxa constante quando se
afastam. Quando o observador está próximo ao trajeto da fonte, a mudança de
frequência alta para baixa se da de forma abrupta. Já se ele está longe do
trajeto, a mudança se dá de forma gradual. Por exemplo, se uma sirene se
aproximasse do observador diretamente, o seu tom permaneceria constante até que
ela atingisse o observador, e, então, pularia para um tom mais grave. Como a
sirene passa pelo observador sem atingi-lo, a velocidade radial não permanece
constante, mas varia em função do ângulo entre a reta que liga os dois e a
velocidade da sirene:
Se as
velocidades e forem
pequenas quando comparadas com a velocidade da onda, a relação entre e é
aproximadamente
Frequência observada
|
Alteração na frequência
|
onde
é a
velocidade do receptor em relação à fonte: é positiva quando a fonte e o
receptor estão se movendo na direção um do outro.
Efeito Doppler inverso
Desde 1968,
cientistas como Victor Veselago especulam sobre a possibilidade de um efeito
Doppler inverso. O tamanho do deslocamento Doppler depende do índice de
refração do meio pelo qual uma onda está viajando. Mas alguns materiais são
capazes de refração negativa, o que deve levar a um desvio Doppler que funciona
em uma direção oposta à de um desvio Doppler convencional. O primeiro
experimento que detectou esse efeito foi conduzido por Nigel Seddon e Trevor
Bearpark, em Bristol, Reino Unido, em 2003[6]. Mais
tarde, o efeito Doppler inverso foi observado em alguns materiais não
homogêneos e previsto dentro do cone Vavilov – Cherenkov.
Aplicações
O efeito
Doppler permite medir a velocidade de objetos através da reflexão de ondas
emitidas pelo próprio equipamento de medida, que podem ser radares, baseados
em radiofrequência, ou lasers, que
utilizam frequências luminosas.
É muito
utilizado para medir a velocidade de automóveis, aviões, bolas de tênis e
qualquer outro objeto que cause reflexão, como, na Mecânica dos fluidos e
na Hidráulica, partículas
sólidas dentro de um fluido em escoamento.
Basicamente
um radar detecta
a posição e velocidade de um objeto transmitindo uma onda e
observando o eco. Um radar
de pulso emite uma rajada (Burst) curta de energia. Depois o receptor é ligado
para “escutar” o eco. O transmissor do radar pode operar melhor se uma onda for
emitida continuamente, desde que haja a possibilidade de separar o sinal
transmitido do eco no receptor. O desvio de frequência resultante de objetos em
movimento é conhecido como “Frequência de desvio Doppler” (FD).
Se há uma
distância R entre o objeto e o radar, o número total de comprimentos de onda
existentes entre o sinal do radar e do objeto é dado por . Já que uma
onda corresponde a radianos,
a excursão angular entre o caminho de ida e volta do objeto é . Para
objetos em movimento a distância muda sempre, o que implica que também
varia. Uma mudança de no
tempo implica mudança de frequência. A frequência de desvio Doppler é a
diferença entre a frequência da
onda transmitida (Ft) e a frequência recebida no receptor (Fr):
·
Em astronomia, permite a
medida da velocidade relativa das estrelas e
outros objetos celestes luminosos em relação à Terra. Estas
medidas permitiram aos astrónomos concluir que o universo está
em expansão, pois quanto maior a distância desses objetos, maior o desvio para o vermelho observado.
O Efeito Doppler para ondas eletromagnéticas tem sido de grande uso em
astronomia e resulta em desvio para o vermelho ou azul.
·
Na medicina, um ecocardiograma utiliza
este efeito para medir a direção e velocidade do fluxo sanguíneo ou do
tecido cardíaco. O
ultra-som Doppler é uma forma especial do ultra-som, útil na avaliação do fluxo
sanguíneo do útero e vasos fetais. Pode ser mostrado de várias formas: com som
audível, com espectro de cores dentro do vaso ou na forma de gráficos que
permitem a mensuração na velocidade sanguínea nos tecidos normais.[8]
·
O efeito Doppler é de extrema
importância em comunicações a partir de objetos em rápido movimento, como no
caso dos satélites.
·
Instrumentos como o
velocímetro laser Doppler (VLD) e o velocímetro acústico Doppler (VAD) foram
desenvolvidos para medir as velocidades em um fluxo de fluido. O VLD emite um
feixe de luz e o VAD emite uma explosão acústica ultrassônica e mede a variação
do Doppler no comprimento de onda das reflexões das partículas que se movem com
o fluxo. O fluxo real é calculado em função da velocidade e fase da água. Essa
técnica permite medições de fluxo não intrusivas, com alta precisão e alta
frequência.
·
Um vibrômetro Doppler a laser
(VDL) é um instrumento sem contato para medir vibração. O feixe de laser do VDL
é direcionado para a superfície de interesse e a amplitude e a frequência da
vibração são extraídas do deslocamento Doppler da frequência do feixe de laser
devido ao movimento da superfície
·
Durante a segmentação dos
embriões de vertebrados, ondas de expressão gênica varrem o mesoderma
pré-somítico, o tecido a partir do qual os precursores das vértebras (somitos)
são formados. Um novo somito é formado após a chegada de uma onda na
extremidade anterior do mesoderma pré-somítico. No peixe-zebra, foi demonstrado
que o encurtamento do mesoderma pré-somítica durante a segmentação leva a um
efeito Doppler à medida que a extremidade anterior do tecido se move para as
ondas. Esse efeito Doppler contribui para o período de segmentação
Um efeito
interessante predito por Lord Rayleigh no seu livro clássico sobre o som: se a
fonte está se movendo com o dobro da velocidade do som, uma música emitida por
esta fonte seria ouvida no tom e compasso certos, mas de trás para a frente.
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