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História da música é estudo das origens e evolução da música ao longo da história. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no
estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina
musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é
trabalho dos historiadores, porém também é
frequentemente realizado pelos musicólogos.
Origem da música
Se considerarmos o termo em sua maior abrangência,
a história da música envolve ao menos:
·
As origens culturais da música em cada grupo humano estudado.
·
As influências culturais e sociais que a música exerce e sofre ao longo
de seu desenvolvimento.
·
A origem e evolução de seus sistemas musicais característicos (que
envolvem suas estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas).
·
O desenvolvimento das formas musicais e dos gêneros e estilos.
·
A história dos instrumentos musicais e
técnicas associadas à sua execução.
·
A influência mútua entre a música e os demais movimentos culturais.
·
A origem e evolução dos sistemas teóricos utilizados para estudá-la,
incluindo sistemas de notação e análise musical.
·
As principais personalidades envolvidas na sua evolução. Os compositores e músicos que marcaram cada período ou gênero específico ou
que impulsionaram o desenvolvimento de novas formas, estilos e gêneros.
·
A cronologia de todos estes temas.
A metodologia utilizada no estudo da história da
música podem incluir a análise de manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou literários, a associação entre música e linguagem e a relação entre a música e a sociedade. A análise de artefatos arqueológicos e a documentação etnográfica também são instrumentos úteis a este campo do
conhecimento.
A História da música e a tecnologia
História da Música é estudo das origens e evolução
da música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da
arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical,
normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como
qualquer área da história, é trabalho dos historiadores, porém também é
frequentemente realizado pelos musicólogos.
Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas
décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente história da
música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido
para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da
música pré-histórica.”
Há, portanto, tantas histórias da música quanto há
culturas e espaços no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e
subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também
podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da
música popular do ocidente, história da música do Brasil, história do samba, e
assim sucessivamente.
Uma das razões do conceito difundido de que
história da música refere-se apenas à música ocidental é a grande quantidade de
obras existentes que tratam apenas desta vertente e que predominaram por muitos
séculos. Apenas após o surgimento da etnomusicologia (uma área da etnologia),
foi que as origens da música não européia passaram a ser mais bem documentadas.
Nos estudos da música primitiva que tentam
relacionar a música às culturas que as envolvem, há duas abordagens
prevalecentes: a Kulturkreis da “Escola de Berlim” e a tradição norte americana
da área cultural. Entre os adeptos da Kulturkreis está Curt Sachs, que analisou
a distribuição de instrumentos culturais de acordo com os círculos culturais
estudados por Gräbner, Schmidt, Isadora e Preuss, entre outros, e descobriu que
as distribuições coincidiam e estavam correlacionadas. De acordo com esta
teoria, todas as culturas passam pelos mesmos estágios e as diferenças
culturais indicam a idade e velocidade de desenvolvimento de uma dada cultura.
A teoria da área cultural, por outro lado, analisa
a música de acordo com as regiões nas quais as pessoas compartilham a mesma
cultura, sem atribuir a essas áreas um significado ou valor histórico (por
exemplo, todos os Inuit tradicionais possuíam um caiaque, um traço comum que
define a área cultural Inuit). Em cada uma das teorias, as regiões definidas
necessariamente se interceptam, com pessoas que compartilham partes de mais de
uma cultura, permitindo a definição dos centros culturais pela análise de seus
limites. (Nettl 1956, p.93-94)
A etnologia analisa e documenta as manifestações
culturais oralmente e as correlacionam às suas regiões para determinar a
história de cada cultura. Isso inclui todas as manifestações artísticas,
inclusive a música.
A música, no que concerne ao repertório, pode ser
classificada em gêneros e estilos, a partir máxime dos elementos musicológicos
específicos considerados (a saber, por exemplo: instrumentação e tessitura
vocal; forma e estrutura; fórmula de compasso; ritmo; andamento; harmonia e
contraponto; etc.), isso quando não se consideram, mais além, a forma ou o
conteúdo do texto aplicado (letra ou libretto, no caso específico da música
vocal), a funcionalidade (eis, por exemplo, o caso tanto das trilhas sonoras
para produções cinematográficas ou televisivas quanto dos jingles e vinhetas
publicitárias para veículos de radiodifusão) ou mesmo a data histórica em que a
peça musical foi escrita (concernente à escola musical).
A música na pré história
Dança de
Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das mulheres em
torno de um homem nu.
As primeiras imitações sonoras do homem da
pré-história, foram unicamente através do som dos movimentos corporais
acompanhados de sons vocais, eles pretendiam completar a possessão do animal na
sua essência, a sua alma.
Quando o ser humano se deu conta de si, procurou as
respostas do que não entendia: as primeiras respostas foram mágicas, com as
crenças espirituais apareceram as religiões. Para algumas culturas a música
teve uma origem divina, porque acreditavam que os sons foram-lhes dados por uma
divindade. No entanto, a música tinha uma correspondência direta com o cosmos e
com o movimento dos planetas. Assim apareceram as primeiras lendas sobre a sua
origem.
Somente através do estudo de sítios arqueológicos
podemos ter uma ideia do desenvolvimento da música nos primeiros grupos
humanos. A arte rupestreencontrada em cavernas dá uma vaga ideia desse desenvolvimento ao
apresentar figuras que parecem cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos
do que parecem ser instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar
esse cenário. No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode
ser definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música
vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões corporais.
Mas podemos especular, a partir dos desenvolvimentos cognitivos ou da
habilidade de manipular materiais, sobre algumas das possíveis evoluções na
música.
Na sua "História Universal da
música", Roland de Candé nos
propõe a seguinte sequência aproximada de eventos:
1.
Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objetos entrechocados.
2.
hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da
natureza.
3.
Paleolítico Médio -
Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas
se desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.
4.
Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais
para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e do
canto.
5.
Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos
mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones, litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi
encontrado na gruta de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A
pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.
6.
Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de
membranofones e cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros
instrumentos afináveis.
7.
Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de
instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O
estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas mais
produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho permitem que uma
parcela da população possa se desligar da atividade de produzir alimentos. Isso
leva ao surgimento das primeiras civilizações musicais com sistemas próprios
(escalas e harmonia).
Antiguidade
Muitos historiadores apontam a música na
antiguidade impregnada de sentido ritualístico e como instrumento mais
utilizado a voz, pois por meio dela se dava a comunicação e nessa época o
sentido da música era esse, comunicar-se com os deuses e com o povo. Observamos
que, na Grécia, a música funcionava como uma forma de estarem mais próximos das
divindades, um caminho para a perfeição – o termo "música",
inclusive, teria origem nas Musas, divindades que inspiravam as ciências e
as artes[1]. Nessa época, a música era incorporada à dança e ao
teatro, formando uma totalidade, e ao som da lira eram recitados poemas. As
tragédias gregas encenadas eram inteiramente cantadas acompanhadas da lira, da
cítara e de instrumentos de sopro denominados aulos. Um destaque importante na
antiguidade foi Pitágoras, um grande filósofo grego que descobriu as notas e os
intervalos musicais.
Já em Roma a música foi influenciada pela música
grega, pelos etruscos e pela música ocidental. Os romanos utilizavam a música
na guerra para sinalizar ações dos soldados e tropas e também para cantar hinos
as vitórias conquistadas, também possuía um papel fundamental na religião e em
rituais sagrados, assim como no Egito, onde os egípcios acreditavam na
"origem divina" da música, que estava relacionada a culto aos deuses.
Geralmente os instrumentos eram tocados por mulheres (chamadas sacerdotisas).
Os chineses, além de usarem a música em eventos religiosos e civis tiveram uma
percepção mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo chegando
a usar a música como "identidade" ou forma de
"personalizar" momentos históricos e seus imperadores.
Da idade antiga em diante, os estilos musicais
expandem-se tanto, que torna-se impossível definir a música universal apenas
observando-se uma localidade (como a Europa), sendo necessária, portanto, uma
subdivisão no estudo da história da música por continentes e nações:
Século XX
No século XX houve ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e
novas mídias e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música. Com a gravação e
distribuição, tornou-se possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama
nacional e até internacional. As apresentações tornaram-se cada vez mais
visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. Música de todo gênero tornou-se cada vez mais
portátil.
A música do século XX trouxe nova liberdade e maior
experimentação com novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de
períodos anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos
e do sintetizador em meados do século
revolucionaram a música popular e aceleraram o desenvolvimento de novas
formas de música. Os sons de diferentes continentes começaram a se exibir,
enriquecendo ainda mais a cultura da música.
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